Acaba hoje (22) a exposição do Ron Mueck em São Paulo, e quem não viu, perdeu. Depois de passar pelo Japão, Austrália, Nova Zelândia, México, Buenos Aires e Rio de Janeiro, as obras não irão para mais lugar algum - a não ser aos colecionadores. As obras estavam na Pinacoteca, em frente à estação da Luz, que já é um espetáculo por si só:
Toda a espera da fila (que foi pouco mais de duas horas) valeu a pena. Ron tem peças hiper-realistas, que chegam a assustar. Cada ruga, cada veia, cada fio de cabelo colocados no lugar certo, dá a impressão de estarmos frente a frente com pessoas de verdade. Parecia que, a qualquer momento, as peças iam abrir os olhos ou se mexer.
1. Mask II - Máscara II (2002)
A sucessão de obras maravilhosas começa com nada mais nada menos que o auto-retrato de Mueck, que tem aproximadamente dois metros de comprimento.
Quando vi pela televisão, achei que fosse uma cabeça completa, mas o nome já diz tudo, é apenas uma máscara, olhem só!
2. Drift - À deriva (2009)
Percebi que todas as obras de Ron deixam que as pessoas façam suas interpretações, e confesso que ver esse pequeno homem sobre uma boia presa a uma parede azul, me deu a impressão de estar sobrevoando alguma piscina, o analisando de longe. É, realmente, muito real.
3. Young Couple - Jovem Casal (2013)
Confesso que fiquei um pouco intrigada com esse casalzinho (sim, "inho" porque como quase todas as peças, eles são pequenos). A forma como eles se olham deixa algo no ar.
4. Woman with Shopping - Mulher com as compras (2013)
O que mais me impressionou nessa obra, foi a perfeição do bebê. Tão bem feito que os botões do sobretudo da mãe ficam até esticados, como se alguém ali dentro realmente ocupasse espaço. A mãe, por sua vez, tem um olhar distante, triste.
Bateu um desespero quando vi o pescoço da galinha cortado, mostrando as tripas. Se ela não fosse tão gigante, eu, com certeza, acharia ser uma ave de verdade. Não preciso dizer que essa peça também era super rica em detalhes, né? A pele enrugada e recém-depenada, as asas abertas, e todo o resto que compunha aquela cena um pouco incômoda.
6. Youth - Juventude (2009)
Não consegui entender o que realmente o menino fazia, até que me aproximei e vi sua camiseta suja de sangue e um corte na costela. A crítica da obra é evidente.
7. Woman with Sticks - Mulher com galhos (2009)
Por algum motivo que eu não sei qual é, achei essa a peça mais fofa. Achei interessante como ela é branquinha, mas seu rosto está avermelhado, expressando a força que ela faz para carregar esse monte de galhos.
8. Man in a Boat - Homem em um barco (2002)
Fiquei maravilhada com esse homem. Ele é tão pequeno, perto da imensidão do barco, e também parece meio desprotegido, ali, nu, de braços cruzados. Ele observa alguma coisa, e, dependendo de onde você o olha, parece que é você quem recebe o olhar curioso.
9. Couple Under an Umbrella - Casal debaixo do guarda-sol (2013)
Chegando bem perto, entendi porque esse é a peça mais querida da exposição. Que casal lindo! Se eu fosse relatar todos os detalhes que captei olhando para eles, o post vararia um livro. O carinho no olhar dela, as unhas, as rugas, as veias... Um visitante até achou ter visto o homem respirar e perguntou a um dos cuidadores da Pinacoteca se o motor que fazia ele respirar estava funcionando. Mas o cuidador explicou que as peças são ocas. Confunde a gente, de tão real!
Gostaria que a exposição se estendesse por mais meses, para que todos pudessem ter o privilégio de admirá-la. Consegui ir nos 45 do segundo tempo, por isso não trouxe essas imagens tão lindas antes. Claro que essa foi marcante, mas existem muitas exposições pelo Brasil todo, que merecem ser visitadas!
Mais alguém visitou #RONMUECKNAPINA? Conta pra gente!